JAYLLES CONTA COMO FUNCIONAVA O MAIOR ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DO PIAUÍ (EMGERPI)

Segundo Jaylles Fenelon sua nova função exigia extrema responsabilidade e atenção redobrada. “Minha nova função, na qual permaneci por aproximadamente dois meses, exigiu de mim extrema responsabilidade e atenção redobrada. Minha missão era a de monitorar diariamente todas as contas correntes e de investimento de titularidade da EMGERPI, COHAB, PRODEPI e CEASA”, ressaltou.
Jaylles diz que monitorava 131 contas bancárias
O estudante disse que monitorava 131 contas bancárias no governo Wellington Dias e outras exclusivas para pagamento de fornecedores funcionários e prestadores de serviço.
”Ao todo eu procedia à análise de 131 contas bancárias sediadas na CEF e BEP (hoje incorporado ao BB). Eram contas do Orçamento Geral da União (OGU), outras exclusivas para pagamento de fornecedores, funcionários e prestadores de serviço, contas convênio, de investimentos, etc. Cabia a mim a emissão de relatórios diários de valores creditados e de toda a movimentação em torno deles (pagamentos, cheques compensados, saques no terminal, cheques devolvidos por falta de provisão de fundos, retenções judiciais, saldos, etc.). Era um trabalho exaustivo e determinante sob o ponto de vista da funcionalidade da empresa”, relatou o estudante.
Indícios de corrupção
De acordo com Fenelon foi nesse período que teria começado a perceber que a Emgerpi não era aquilo exatamente que se apregoava.
“Foi exatamente neste período que comecei a perceber que a EMGERPI não era exatamente aquilo que apregoava o Governo por intermédio da mídia. À medida que me familiarizava com as movimentações financeiras da empresa crescia em mim a suspeita, posteriormente confirmada, de que por detrás da fachada do órgão havia alguma coisa de muito grave acontecendo. Aquilo não era normal, não podia ser normal. Na qualidade de órgão público, responsável pela gestão de milhões de reais oriundos dos contribuintes, o mínimo que se espera é transparência e probidade no trato dos recursos públicos”, explicou Jaylles.
Saque em espécie na boca do caixa em valores que giravam em torno de R$ 200 a 300 mil reais
Segundo Fenelon, além da emissão de cheques sem provisão de fundos, valores suntuosos eram sacados na boca do caixa em espécie. “Além do grande volume de cheques devolvidos sem a devida provisão de fundos, chamava-se a atenção os valores suntuosos que eram sacados na boca do caixa em espécie, todos em favor do caixa da EMGERPI. Os tesoureiros da empresa tinham sob sua responsabilidade diária quantias em espécie que giravam em torno de 200 a 300 mil reais. E este dinheiro saia descontroladamente, atendendo a inúmeros ‘bilhetinhos’ assinados pela diretora presidente Lucile Moura”, disparou Jaylles Fenelon.
Trem da alegria na Emgerpi
O estudante relata com alegria a sua progressão funcional na Emgerpi. “Foi me dado, no início, a incumbência de preparar e redigir ofícios e, posteriormente, preparar a contratação de pessoal e expedir as respectivas portarias de nomeação. Nossa! Era impressionante como a EMGERPI contratava gente. Muita gente. Gente vinda de todos os lados, com todas as rubricas imagináveis de indicação. Dentre os que mais indicavam estavam os deputados estaduais Fábio Novo, João de Deus, Flora Isabel e Fernando Monteiro. Estes eram os recordistas, com especial destaque ao presidente do meu partido (PT) Fábio Novo. Esta foi a minha primeira fase dentro da EMGERPI”, finalizou Jaylles Fenelon.
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