GOLPES CONTRA IDOSOS NO PIAUÍ FINANCIAM O NARCOTRÁFICO

O delegado Marllos Sampaio, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso, fez nesta quinta-feira (12) uma revelação estarrecedora: os golpes contra aposentados no Piauí estão alimentando o tráfico de drogas e as grandes quadrilhas de assaltantes no país. Ele revela que os empréstimos consignados fraudulentos movimentam cerca de R$ 500 mil, por mês. Isso só em Teresina. Somando com as ações no interior, as cifras são bem maiores.

“É uma verdadeira praga esse tipo de crime no Piauí, que vem se alastrando ainda mais e com certeza enriquecendo poderosas organizações criminosas do país, principalmente o narcotráfico”, afirmou o delegado, dizendo que os chefões das quadrilhas que atuam no Estado são do eixo Rio - São Paulo. “Aqui eles mantém apenas 'laranjas', como acontece no tráfico de drogas, por exemplo, onde os aviões é que realmente trabalham”, disse.

De acordo com Marllos, o dinheiro dos golpes vem alimentando, há bastante tempo, o narcotráfico tendo em vista que o bandido consegue montantes milionários em um curto prazo de tempo, ao contrário de outros crimes. “Nunca se parou para olhar esses detalhes, mas é preciso falar”, declarou, salientando que a delegacia vem trabalhando arduamente no combate ao crime, porém a estrutura é pequena.

“Recebemos até 100 denúncias por mês, só de casos cometidos na capital. Não temos braços para prender tosos, apesar dos esforços. Hoje mesmo, recebemos três reclamações de um banco com sede no Sul do país, com filial em Teresina”, disse, salientando que atualmente existe mais de uma centena de financiadoras atuando no Piauí, atualmente. “Se for observar, existem mais financiadoras do que padaria e farmácia juntas em Teresina. Já no interior, tem cidade que falta igreja mais tem uma financeira”, ironizou.

Marllos credita, também, o grande número de golpes às facilidades para se fazer os financiamentos e a falta de ação do Banco Central e INSS. “Enviamos relatórios mensais para o Banco Central pedindo descredenciamento de financeiras. Mas, nada é feito”, argumentou, dizendo que boa parte dos agentes e bandidos presos é reincidente. “Como rola muito dinheiro, eles tem como bancar advogados caros”, concluiu.

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